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A VOLTA DE ZEQUINHA – 1979
A versão do Zequinha criada em 1929, permaneceu no comercio até 1967, passando por poucas alterações. Doze anos após, em 1979, ele retorna. Agora diferente, mais gordo, sempre sorridente e “simpaticão”. Seu objetivo não é mais embrulhar e ajudar nas vendas de balas. Agora ele é garoto propaganda de campanha do governo.
O governador do Paraná, Ney Braga, lançou uma campanha para aumento da arrecadação do ICM – Zequinha o ICM das crianças. Nela as figurinhas e álbuns, são trocados por notas fiscais. É um estímulo para a população exigir nota fiscal nas compras e serviços, e garantir mais imposto pago ao governo. Quem tinha o álbum completo se inscrevia para concorrer a vários prêmios, o 1º lugar era uma casa própria no valor de 700 mil cruzeiros.
Novamente, Zequinha é sucesso, não só entre as crianças, mas também entre os adultos, que exigem as notas fiscais e acham tempo para enfrentar longas filas para trocá-las. Até abril de 1980, já havia sido distribuído pelo estado 766 mil álbuns e 40 mil prêmios.
O palhaço passa a ser criação de uma agência de propaganda (P. A. Z.), e somente desempenha atividades politicamente corretas. Zequinha visita pontos turísticos do estado, come comidas típicas, visita o governador, acorda cedo, atravessa a rua na faixa.
O antigo Zequinha, de 1929, era personagem representativo da cultura popular curitibana, reflexo de seu povo nas mais variadas situações, e motivo para juntar crianças em torno de brincadeiras. Se antes os pequenos corriam até vendas e mercearias atrás das balas Zequinha, em sua nova versão, adultos vão às compras e exigem suas notas ficais para vê-las virarem, após longas filas, figurinhas de um palhaço pomposo.
O personagem presente no imaginário de muitos curitibanos, um símbolo folclórico, ganha nova roupagem a serviço publicitário do governo. Essa ação é polêmica, há aqueles que acham vantagem no sucesso dessa campanha educativa, e aqueles, como Valencio Xavier, que reclamam pela descaracterização de um símbolo da cultura popular curitibana. Por fim, o conflito em torno de Zequinha, acaba em conflito jurídico. Zigmundo Zavadzki (que havia comprado o direito da marca em 1967), ao ver a campanha, registrou o Zequinha como sua criação e entrou com processo para que o governo lhe pagasse indenização. Essa ação durou anos, com resultado a favor do acusado, e inúmeras recorrências da suposta vítima.